domingo, 9 de junho de 2013

Capítulo 2 - O Início de Uma Nova Vida (Cont.)

A princípio ainda hesitei, porém, segui firme em meu propósito e disse a Bernardo o que estava sentindo por ele. Primeiramente, ele ficou sem reação e não verbalizou qualquer coisa, então, de repente, ele agarrou gentilmente minha mão e me puxou em direção ao seu peito. Naquele momento, todos os meu medos e até mesmo as defesas que inconscientemente eu tinha em relação a afetividade se esvaíram, pois se tornaram diminutos frente ao quanto eu me senti acolhido em seus braços. Após incomensuráveis segundos durante os quais ficamos abraçados, Bernardo me olhou profundamente nos olhos e, novamente, me beijou.


Diferente da primeira vez, esse beijo foi intenso, pois a energia que fluía através de nossos corpos imprimia àquele beijo toda o sentimento reciproco que tínhamos naquele momento, além disso, dessa vez, eu estava retribuindo o beijo e não totalmente sem ação como ocorrera anteriormente. Depois desse longo momento de entrega ao qual nos rendemos, Bernardo, sem parar de me olhar profundamente no olhos, finalmente falou algo:

- Felipe, eu me apaixonei por você desde o momento em que te vi caminhando sozinho e indefeso naquela floresta. É claro que eu teria salvo qualquer outra pessoa que estivesse naquela situação, mas algo aqui dentro me dizia que você era diferente. Algo me dizia que você era a pessoa certa pra mim.
- Eu nem imaginava Bernardo, confesso que me encantei por você desde aquele dia também, mas estava confuso se era apenas gratidão por você ter me salvado ou se eu, realmente, tinha me apaixonado. Mas ontem, quando você me beijou eu consegui entender que não era só gratidão, é um sentimento mais forte que isso.
- Eu estava envergonhado por ter agido daquela maneira, eu quase nunca sou impulsivo assim, mas estar tão próximo de você me fez passar dos limites. De qualquer forma, espero que me desculpe, pois eu nunca iria querer te levar a fazer nada que não quisesses.
- Bem, na verdade eu até te agradeço por ter feito, do contrário eu ainda estaria confuso. Então, muito obrigado por me fazer me apaixonar por você!

Ainda permanecemos conversando durante algum tempo, tentando esclarecer ainda mais o sentimento que nutríamos um pelo outro. Depois, Bernardo me alertou que não poderíamos demorar mais, pois o jantar, como de costume, só seria servido depois da nossa chegada.
Antes de entrarmos na casa, Bernardo me pediu que não comentasse sobre o que havia ocorrido para a sua família. Embora não tenha compreendido o motivo, pois eu sabia que sua família não era homofóbica ou tinha qualquer problema com esse tipo e relação, concordei em manter sigilo.
Realmente, como de costume, todos estavam a nossa espera para começar a refeição, sendo que o assunto da noite foi o meu primeiro dia de trabalho. Eu contei a todos o que havia feito e como tinha me saído nas tarefas, e a maioria também relatou os seus respectivos "primeiros-dias" de trabalho. O assuntou foi noite adentro, desde a cozinha até a sala, pois, além dos comentários, todos me presenteavam com conselhos. Mais uma vez aquela família me enchia de felicidade com tamanha atenção dada a esse pequeno fato ocorrido na minha vida, sendo que eu nem era, efetivamente da família. Para completar a felicidade eu ainda estava relembrando em minha mente o fato ocorrido com Bernardo, que de vez em quando me lançava um sorriso em meio a toda aquela gente falando.
Depois de muita conversa, todos se dirigiram aos seus quartos, exceto eu e Bernardo, que, prontamente à saída de todos da sala, segurou em minha mão e me levou até o sofá, onde ainda conversamos por mais algum tempo e trocamos algumas carícias e beijos, na maioria, tão intensos quanto aquele de algumas horas atrás.
Quando percebemos que estava ficando muito tarde, decidimos que deveríamos nos recolher para nossos quartos, afinal, na manhã seguinte, teríamos mais trabalho. Então, Bernardo me acompanhou até o meu quarto e nos despedimos com um doce beijo. Enquanto olhava ele ir em direção ao seu quarto ainda suspirava de emoção.
Após Bernardo estar fora do meu campo de visão eu entrei no meu quarto e deitei na minha cama, que, desde sempre, tinha sido o meu recanto de reflexão. Então, como de costume também, comecei a refletir sobre o que acontecera naquele dia: o modo como eu sai decidido a contar tudo a Bernardo, a minha frustração em ser interrompido por ele e a linda finalização quando finalmente consegui verbalizar os meus sentimentos por ele e, felizmente, fui correspondido.
Em meio a todos esses pensamentos, de repente, sobreveio a carga de trabalho daquele dia, que me deixara totalmente acabado. Então, com um sorriso no rosto, me entreguei ao sono justo e reparador, pra poder estar pronto no meu segundo dia de trabalho.

2 comentários:

  1. Incrível o texto, estou ansioso por mais...

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  2. Mut bom, acompanho deis de o começo essa historia e confesso q me surpreendo a cada capitulo, estou ansioso pela continuaçao dese conto lindo e apaixonante.


    ASS: Guilherme

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